o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012


Calma e Silêncio


Pastores enterraram o sol na floresta nua.
Um pescador puxou a lua
Do lago gelado em áspera rede.

No cristal azul
Mora o pálido Homem, o rosto apoiado nas suas estrelas;
Ou curva a cabeça em sono purpúreo.

Mas sempre comove o voo negro dos pássaros
Ao observador, santidade de flores azuis.
O silêncio próximo pensa no esquecido, anjos apagados.

De novo a fronte anoitece em pedra lunar;
Um rapaz irradiante
Surge a irmã em outono e negra decomposição.

Georg Trakl
tradução: Cláudia Cavalcante
imagem: Manuel Álvarez Bravo, sede pública

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