o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009





Jean-Paul Sartre in Paris in 1952, with Simone de Beauvoir, right, and the writer and musician Boris Vian and his wife, Michelle.

Diante da lei
Na sociedade de controle a lei é o mecanismo que assegura ao estado a ordem das coisas separando devidamente os cronópios dos famas; os viciados dos não viciados; os ajustados dos desajustados. Na sociedade de controle os mecanismos para o cumprimento da lei são: a perseguição / a prisão / a extorsão / a violência / a morte. A sociedade de controle codifica / veta / enclausura. Na mesma medida a sociedade de controle, através dos atos secretos, garante os seus ‘paraísos artificiais’, os seus bordeis privados, os seus vícios insólitos: a compulsão, a cafetinagem. Tudo à custa do dinheiro público. A sociedade de controle, tal como os nazistas, em nome da eugenia, do sangue puro, da grande saúde, persegue os fumantes, vigia, patrulha, enquadra , criando uma histeria coletiva, propagando ideologicamente o ódio contra o fumo, contra a pessoa por trás da fumaça. A sociedade de controle agora proíbe o cigarro, depois será o livro, o riso, a poesia. Fahrenheit 451 e 1984 são curiosos diagnósticos desse avanço fascista. A lei, na sociedade de controle, é uma máquina déspota que atravessa a carne, fere e não cessa de ferir.

nilson oliveira - editor da revista polichinello

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